domingo, 8 de outubro de 2017

Mulher Maravilha

Data de lançamento: 2017 (Brasil)
Direção: Patty Jenkins
Roteiro: Allan Heinberg
Elenco: Gal Gadot, Chris Pine, Robin Wright, Connie Nielsen, Elena Anaya, Danny Huston, Ewen Bremner.
Gênero: Ação
Duração: 2h e 21 minutos
País: EUA
Idioma: Inglês
Distribuidor: Warner
Sinopse: Treinada desde cedo para ser uma guerreira imbatível, Diana Prince nunca saiu da paradisíaca ilha em que é reconhecida como princesa das Amazonas. Quando o piloto Steve Trevor se acidenta e cai em uma praia do local, ela descobre que uma guerra sem precedentes está se espalhando pelo mundo e decide deixar seu lar certa de que pode parar o conflito. Lutando para acabar com todas as lutas, Diana percebe o alcance de seus poderes e sua verdadeira missão na Terra.
Link para o trailer legendado: Mulher Maravilha

Não é possível falar sobre o filme de um ícone como a Mulher Maravilha sem situar de que lugar estou falando. Assisti a série original com Lynda Carter na TV na década de 1970 (sim, sou velha pra chuchu), isso significa que todo o meu referencial para assistir o filme vem de um imaginário infantil que tinha a heroína como referência de força e liberdade para as meninas. Assim, fui assistir Mulher Maravilha com o senso crítico ligado no nível máximo, com o nariz torcido para Gal Gadot e, ao mesmo tempo, com o desejo de ver um belo filme com todas as qualidades de uma protagonista feminina forte e determinada. Para minha completa surpresa, o filme é incrível! A proposta da história é apresentar a origem da nossa heroína e o filme faz isso muito bem. A mistura de ingenuidade, força, determinação e amor está muito bem representada na interpretação de Gal Gadot. Ela é linda nos momentos em que o objetivo é só a contemplação, é ágil, forte e nunca é sexualizada. A diretora Patty Jenkins (que também dirigiu Monster, Desejo Assassino que deu o merecido Oscar para Charlize Theron) conseguiu algo que parecia impossível: colocar uma roupa colante na Mulher Maravilha, fazer Gal Gadot saltar, correr e lutar sem que nunca (eu disse NUNCA) o foco esteja na sexualização do seu corpo! Muitas palmas para essa diretora maravilhosa, clap, clap, clap...

Um outro aspecto importante é que o par romântico dela (se é que podemos chamar assim, o romance é breve demais e tem pouca importância na história) aparece como um homem forte e tão determinado quanto a protagonista. Steve Trevor (Chris Pine) não precisa ser uma sombra ou uma escada para a Diana brilhar, ele está lá com uma função definida, tem muita importância na trama, mas nunca procura ofuscar a protagonista, nem tampouco se esconde na tela (também seria impossível, porque ele está lindo no filme). Isso é uma coisa que me incomoda muito nos filmes que enfraquecem o personagem masculino para garantir a importância da protagonista mulher porque passa a mensagem de que a mulher só pode ser emponderada se tiver um homem banana ao lado dela. Eu poderia citar vários filmes agora, mas vou citar um que resume essa estratégia cretina muito bem: em Aliens, O Resgate, o parceiro de Ripley (Sigourney Weaver) se machuca no meio do filme e fica inutilizado dentro da nave para não atrapalhar o brilhantismo da destruidora de alienígenas. Citei esse exemplo específico porque o diretor de Aliens, O Resgate, James Cameron, criticou o sucesso de Mulher Maravilha dizendo que é um retrocesso. Faça-me o favor, Cameron! Vá filmar outro navio afundando com uma música chiclete e deixe a Wonder Woman em paz!

O ponto fraco do filme está nos vilões que oscilam entre a caricatura e a obviedade da reviravolta no roteiro. Sabe aquele personagem que é o único bonzinho e compreensivo com a causa e que depois se revela o malvadão? Pois é, mais manjado do que filme de sessão da tarde... A Dra. Veneno (Elena Anaya) e o general Ludendorff (Danny Huston) só conseguem criar um clima de vergonha alheia, são irritantes e nunca verdadeiramente assustadores. Sem dúvida alguma a fragilidade dos vilões nos deixa sensação de que o filme é bom, mas faltou alguma coisa que não sabemos bem o que é... Bom, eu sei, faltou alguém para justificar o nosso desejo sanguinário de gritar no cinema "quebra ele todinho, Mulher Maravilha!"

Outro elemento muito legal no filme é a gancho com o momento atual e o surgimento da Liga da Justiça. Ficou muito bem amarradinho e revelou algo que eu não sabia: a Mulher Maravilha está salvando o mundo desde a Primeira Guerra Mundial e se depender do sucesso do filme, vai ficar arrasando por muitos anos! Afinal, é considerada a segunda maior bilheteria da DC e já ultrapassou US$ 800 milhões em bilheteria ao redor do mundo.

Crítica profissional que eu mais gostei sobre o filme: Cinema em Cena